terça-feira, 16 de março de 2010

Pessoas! - parte 1
Esse tiítulo não tem função evocativa, porque não costumo chamar as pessoas de pessoas, ok? Sabe aquelas pessoas que chamam as pessoas de pessoas: "O que vocês estão fazendo, pessoas?". Mas não, no meu caso esse título não tem a ver com esse costume que abomino severamente... hauhauahu nada a ver, mas enfim, faz meu tipo deixar as coisas claras, né?
Não sei quantas linhas vou postar hoje, talvez sejam 4, talvez 5 ou talvez eu acabe me empolgando um pouco mais... já que o assunto, há que reconhecer, deixa muita margem pra isso: pessoas. No meu caso, falar de pessoas, existe um risco grande de que seja um memorial de desafetos com a raça humana. Eu não queria ser assim, sabe... mas pessoas, pessoas são coisas, sabe, (quer dizer, são pessoas, sim) mas continuando, são coisas que... que me irritam. Mas que me irritam mesmo as vezes. Não posso dizer que com uma freqüência preocupante, o ato humano me provoca repulsa e ânsia de vômito... Não! Mas se tratando daquele desconfortozinho, aquele intenso suspiro interior, aquela angustia que essas coisas que pessoas dizem ou fazem provocam.... sobre essas coisinhas eu poderia escrever até por algumas vidas minhas (caso eu acreditasse que exista mais do que uma). Teriam muitos aspectos bizarros e profundamente perturbadores da conduta humana mas o que me despertou o interesse de dar o primeiro disparo com relação a esse assunto foi uma dessas pequenas manifestacões sem importância de uma sujeita hoje de manhã.
Tinha uma moça nessas lojas em que revelamos fotos que já estava lá quando entrei. A atendente naturalmente começou a atendê-la primeiro, mas provavelmente pela minha cara de peixe morto (não consigo evitar: posso encarar uma pessoa por varios segundos e nem me lembrar da cor do cabelo no segundo seguinte, pelo fato que o alvo do meu olhar pode não ter absolutamente NADA a ver com o que estou pensando), ela hesitou um pouco, se virou pra mim e perguntou: "Ah desculpa, você chegou primeiro??" Na verdade eu mal consegui mexer a boca pra começar a emitir o som da palavra planejada (que seria um NÃO, obivamente), quando a outra fulana tratou de desesperadamente interferir, dizendo: "Não, não, sou eu, ela não estava aqui".
Pois bem, meus caros, como já diria meu estimado professor de DP (que Deus o tenha - em saúde), não são apenas assassinatos, corrupção, roubo, violência que me deixam indignada. Me deixa indignada também essa defensiva descontrolada na qual o ser humano se encontra constantemente. Deu uma vontade louca de dizer: "hey, hey.... caaaaaaalma, querida, já passou..... viu, nem doeu?? Eu nem ia dizer que tinha chegado antes de ti, viu, fofa?? Não estressa, não, viu, meu amor, que daí tu vive mais e faz os outros ao teu redor viverem mais também!"
Ontem por exemplo, na fila do posto de saúde, eu tive a impressão que ganhei uma senha com número errado: ganhei o número 5, quando, na verdade, eu tinha a impressão que eu tinha sido a quarta pessoa a chegar no posto. Depois de um um tanto de relutância, acabei pedindo a mulher, portadora da senha número 4 se realmente ela tinha chegado antes que eu. Eu sabia muito bem do risco de aquela mulher responder a minha despretenciosa e inocente pergunta com um pedra para cada dedo da sua mão. Já, claro, imaginava que a mulher reagiria como aquele que teve a sua moral devastada e sua boa imagem estraçalhada diante da minha..... "pergunta". Esse foi o motivo da minha satisfação. Porque mesmo diante daquela pergunta de cunho "extremamente" ameaçador e difamador da minha parte, essa mulher calmamente disse que sim, que ela tinha chegado, sim, antes que eu. Simples assim. Até com um sorriso simpático no rosto. E eu pensei comigo: que maravilha, gente!!!! Ela entendeu minha inteção, ela entendeu o principio tao simples quanto que 1+1=2, entendeu que o que fiz foi nada mais, nada menos do que uma pergunta. E ela o que fez? Nada mais, nada menos, do que gentilmente responder minha pergunta!
Não é lindo ver quando o ser humano possui esse potencial de tolerância, paciência, de cortesia e tudo o mais. Nas próximas postagens é possível que eu continue meu desabafo sobre pessoas e suas manifestações desagradáveis!





terça-feira, 9 de março de 2010

Purpose hunting...


Atendendo a vários pedidos que enchem minha caixa de e-mails todos os dias, hauhau resolvi escrever sobre qualquer bobagem... :D Mas ta certo, minha gente, esses milhares de “fãs” meus respondem pelo nome de Márcio e meu querido e precioso amigo Boris. Afinal, Boris, tu pareces apreciar bastante o que e quando escrevo a menos que não estejas saindo do msn...

Cheguei a conclusão de que existem pessoas que chegam a ser viciadas em propósito. Em tudo que essas pessoas fazem, precisa haver um propósito que lhes ofereça algum benefício especial. Essa parece ser eu. Se assisto um filme, a idéia de que ele seja dublado me mata, já que ao assistir um filme, eu poderia estar me entretendo mas também investindo na melhora de algum idioma, já que essa parece ser fatalmente minha paixão. Caminhar?? Qual seria o próposito? Saúde?? Saúde é motivo pouco quando se pode ouvir música ao mesmo tempo ou ler algum livro (não pensem que eu já não fiz isso, e consequentemente não pensem que eu já não bati em algum poste...). Caminhar pra ouvir minha voz interior seria um trabalho super esgotante; pode ser que eu ouvisse minha voz interior mas eu provavelmente ficaria me interrompendo o tempo todo. Acredite!! E se ouço música, a verdade é que deveria ter a letra da música também, assim eu desenvolveria ainda mais meu vocabulário; sob essa perspectiva música clássica e brasileira seria simples perda de tempo. Mas graças a Deus, piração às vezes ainda tem limite.

Busca insaciável por propósito: característica de mentes psicóticas e uma das características associadas a desvios de comportamento dos criminosos de calibre de assassinos em série e psicopatas. Isso foi o que vi ontem num vídeo sobre classificação de crimes numa escala de maldade de 1 a 17, de acordo com as variáveis. Poucos psicopatas chegam a cometer algum crime mas isso naturalmente não me faz sentir muito melhor a respeito. O ponto onde quero chegar é que criar um blog levou um certo tempo para mim e fazer uma segunda postagem levou mais um ano e 10 meses, fato que se explica basicamente por essa falta de propósito em todas as coisas e mania de perfeição minha. É como se eu só achasse digno escrever sobre a cura do câncer ou para anunciar que estou grávida de trigêmios, ou que vou me mudar para Trinidad e Tobago, ou minha esperiência de sobrevivência depois de 2 semanas debaixo dos escombros no Haiti.

Sempre a sensação de que qualquer coisa que não for desse nível de importância não vale a pena ser registrado. Mas bem ao meu modo, já estou "considerando" a possibilidade de fazer postagens com uma freqüência menor porque “verba volant, scripta manent”: palavras voam e os escritos permanecem.

sábado, 26 de abril de 2008

Escrever sobre escrever :P

Oi pra quem (por algum motivo que eu desconheço) estiver lendo a minha primeira página no meu "querido diário". Bah... será que alguém vai ler isso mesmo??? Pois então, já estou me sentindo meio que em um programa ao vivo em que não paro de falar bobagem e.... detalhe: já estou sendo filmada!!!

Certo! Sinceramente não sei bem ao certo porque estou escrevendo aqui ou... por que em algum momento eu achei que alguém iria se dar ao trabalho de ler. E será que alguém vai ler??? Claro! Só estou fazendo um pouquinho de charme, caro(s) leitor(es), claro que existe um pouco de mim aqui dentro achando que alguém se daria ao trabalho de ler. Vejam, já se vão 8 linhas praticamente, por esse tempo alguém já.... opa!!! :) Já são 9 linhas agora!

Bem, claro que não é minha intenção ver quanto tempo consigo preencher essas linhas sem falar "nada com nada", certamente que não! Mas uma coisa não é mentira: NÃO GOSTO DE ESCREVER. E se alguém um dia disse que o curso de Letras mata escritores, bem, creio que estou aqui como prova "viva" disso: um defunto que um dia já gostava de escrever. Em uma ocasião li em uma daquelas revistas "cult" de biblioteca de universidade (sobre as quais eu passava os olhos por desencargo de consciência e pra fazer uma moral pra mim mesma) um autor dizendo que "escrever" não é prazer; que na verdade, é dor, é sofrimento, é agonia. Não é a toa que essa é uma das poucas frases das quais me lembro, deve haver um motivo para tal, creio que tenha me identificado mesmo. Entretanto, é óbvio que tem que haver uma vantagem nisso, sim, existe algum aspecto positivo nesse masoquismo intelectual e deve ter alguma relação com o tipo de sofrimento voluntário a qual nos expomos quando ouvimos Pink Floyd por exemplo. Oh... música pra ter potencial tão oprimente como essa, heim? Pra me deixar "pra baixo"...! E desde quando isso significa que parei de ouvir???

A "escritofobia" como assim me referirei daqui por diante hahahha surgiu na minha vida (muito inopurtanamente) quando era pesquisadora do CNPq na área de Eduação. Ter conseguido um "trampinho" chique com o coordenador do mestrado (que nem meu professor de graduação era) por uns tempos me rendeu uns sorrisos e paz naquele "coração de estudante". Mas... mal sabia eu que minha "estafa" viria de uma complicação meta-teórica (ou como é que vou chamar isso, minha nossa?) que o tema de nossa área se prestava: escrita/autoria. Ok, minha atividade compreendia, em boa parte: escrever sobre escrever. Sei que é um absurdo mas meu cérebro já começa a doer por essa hora, já está se transferindo quase que num mal estar-físico isso de ficar escrevendo aqui. Mas creio que o post de hoje serviu para introduzir as condições sob as quais escrevo e... escreverei! Sim! Apesar de tudo, sinto profundamente que esse não será meu último post aqui. Até mais!